Os últimos três dias de desfile da São Paulo Fashion Week foram maravilhosos com marcas consagradas e novatas nos desfiles da semana de moda mais importante do país.
A.Niemeyer
A.Niemeyer abriu os trabalhos no terceiro dia de desfiles, apresentando peças confortáveis e atemporais, como de costume. A marca resgatou tecidos de coleções antigas para revestir sapatos, utilizou fios sustentáveis e algodão sem tingimento químico também estão presentes no desfile.
Pautados em agredir o meio ambiente, a nova coleção da marca propõe uma reconexão, desaceleração e intenção.
Modelagens elevadas e sofisticadas, babados, volumes e recortes perfeitos nos levavam direto para memórias afetivas.
Triya
Nascida como uma marca de roupa de banho, a Triya extrapolou a praia e a piscina, trazendo uma coleção com forte referência aos anos 2000.
Frentes-únicas, conjuntos de minissaia e blusa, estampas psicodélicas e luvas compridas davam um ar de resgate ao início do século. Os recortes que deixavam a pele à mostra, o brilho, peças que evidenciam o formato do bumbum também foram vistas na coleção.
Lino Villaventura
Um dos destaques do terceiro dia de São Paulo Fashion Week, Lino Villaventura é pioneira, participa do evento desde a primeira edição.
Para este desfile, a marca levou para a passarela modelos que mais parecem terem saído de algum mundo encantado ou de um conto de fadas. Vestidos semi-transparentes estruturados com arame, vestidos com padronagens geométricas e capas de cauda longa puderam ser vistos durante o desfile.
Rocio Canvas
Mais uma marca que mostrou amadurecimento e apostou ao revisitar seus pilares durante a temporada foi a Rocio Canvas, que buscou valores entre a sofisticação e o equilíbrio, entre o fluído e o rígido.
Com estampas digitais do diretor de arte cearense Guilherme Queiroz e também do artista visual Takashi Matsuda, a marca ainda apresentou acessórios do designer Carlos Penna, tecidos contorcidos e escala de proporções e silhuetas agênero.
Thear
A label trouxe em sua nova coleção a estética e a inspiração da “Metamorfose”, título da coleção, da mariposa que se transforma em borboleta. Os casulos, em peças volumosas e abauladas e a transformação do inseto.
Peças que trazem na estampas imagem que remetem ao casulo, peças largas e fluidas simulando asas, elásticos e drapeados. O trabalho foi todo feito em tear manual com detalhes em macramê, crochê e renda.
Ateliê Mão de Mãe
A baiana Ateliê Mão de Mãe trouxe a coleção "Abre Caminho" para a passarela da São Paulo Fashion Week, fazendo alusão à planta usada para ritos religiosos. As peças exclusivas inspiradas nas flores de lavanda e arruda roubaram a cena.
Martins
Martins se apropriou de referências pop, misturou com o seu espetacular senso de humor e o resultado foi maravilhoso.
Sempre inspirado por filmes que marcaram gerações, a label escolheu quatro obras inesquecíveis: As Patricinhas de Beverly Hills (1995), Jovens Bruxas (1996), Legalmente Loira (2001) e Meninas Malvadas (2004).
Peças estilo college como jaqueta bomber, xadrez, flanelas em versões subservisas e misturadas à pelúcia e modelagens oversized chamaram atenção.
Handred
Celebrando 10 anos de Handred, a coleção "Santa Teresa" mostrou toda a boemia do bairro carioca. Nas estampas, os Arcos da Lapa ganharam versões diferentes, azulejos de prédios tradicionais, sambistas e o carnaval viraram bordados nas peças da label.
Franjas e volumes estiveram presentes na coleção exuberante.
Angela Brito
Um mundo onde não existam diferenças territoriais e de todos os corpos, onde possamos transitar por todos os espaços com naturalidade. Essa foi a ideia principal do desfile da Angela Brito. "Estrangeira", coleção apresentada, fala sobre a sensação de não pertencimento do imigrante.
Todos os conceitos resultaram em peças futuristas com um imaginário místico. O preto e branco estavam presentes, assim como estampas e dourado metálico. Peças bufantes e recortes também foram destaques na passarela.
Neriage
Antes mesmo do desfile começar, Rafaella Caniello contou que esse era o desfile mais pessoal que ela já havia feito. E a gente conseguiu enxergar isso durante o desfile da label nesta edição da SPFW.
Se por um lado, os plissados lisos com estampas, marca registrada da label, estiveram presentes, por outro, jacquards meticulosos com gráficos e natureza também chamaram atenção. Veludos molhados pretos e cartela azul-klein, bordô e bege também trouxeram um ar espontâneo para o desfile.
AZ Marias
“Florescer Ato 1: Terra” foi o título do desfile que colocou em pauta questões raciais e climáticas.
Peças da coleção trouxeram estamparia de raízes de plantas feitas a partir de uma tecnologia a laser com baixo impacto ambiental. O desfile também recebeu uma apresentação de dança, além de ter sido finalizado com um manifesto da estilista Milena Nascimento sobre resiliência.
Ponto Firme
Trabalhando com egressos do sistema carcerário e pessoas em situação de marginalização social, a label apresentou uma temporada com seus trabalhos de crochê com um mix de materiais como fios metalizados prateados e franjas holográficas.
Silvério
A label Silvério trouxe Animais Noturnos para a passarela da São Paulo Fashion Week. De acordo com Rafael Silverio, fundador da Silvério, ele utilizou os animais como uma parábola para falar sobre as pessoas que habitam a noite.
Sua alfaiataria contemporânea surpreendeu com ternos de frentes longas e costas abertas em V. Pelos e peles fakes chamaram atenção nos colarinhos e nas mangas de ternos, túnicas e camisetas.
Santa Resistência
A coleção apresentada na São Paulo Fashion Week teve como ponto de partida a ida da família da estilista Mônica Sampaio do Rio Paraguaçu ao Rio de Janeiro na década de 50. O período citado era de pós-Guerra, hoje, no pós-pandemia passamos por uma reconstrução, com mudanças políticas, inclusive.
A variedade de peças brancas que desfilaram pela passarela representam a paz. Outros símbolos como o Jardim de Burle Marx também serviu de referência.
Anacê
A primeira coleção solo de Ana Cecília Gromann ganhou o nome de "Inconsciente Concreto".Trazendo looks que representam a sua própria individualidade, a partir dos sonhos e da dualidade do que é concreto ou não, a label apresentou alfaiataria sem distinção de gênero.
A coleção trouxe mais recortes e deixou mais a pele à mostra, enquanto os botões trazem um ar versátil para as peças.
LED
Moda é arte e quem faz arte, faz política. A LED entendeu isso muito bem. Por isso, nunca deixa de mostrar suas opiniões em seus desfiles. Prova disso foi o último e mais recente desfile que eles apresentaram na SPFW.
A coleção que mistura o tradicional e o moderno, trazendo símbolos diretamente do Brasil interiorano teve direito até à faixa presidencial, carregada por Erika Hilton.
Lenny Niemeyer
Leandro Benites foi convidado por Lenny Niemeyer para colaborar na criação das peças para o desfile e fez um belíssimo trabalho!
O estilo chiquérrimo de Lenny, as peças fluidas, a moda descomplicada e o beachwear arquitetônico se misturaram aos recortes futuristas.
Korshi 01
Inaugurada em 2018, a label do Pedro Korshi nasceu com o intuito de desenvolver uma marca com foco na versatilidade de roupas. Nesta edição da São Paulo Fashion Week, Korshi 01 saiu do Komplexo Tempo, onde aconteceu a maioria dos desfiles, e teve a sua coleção apresentada no Centro Cultural Vila Itororó, na Bela Vista.
As peças da coleção chamaram atenção por serem completamente multifuncionais, com camisas, gravata neon e muito comprimento cropped.
À La Garçonne
Fábio Souza e Alexandre Herchcovitch apresentaram nesta edição da São Paulo Fashion Week uma sequência de looks denim feitos com técnicas de alfaiataria e corte em viés.
Sem bordados ou volumes, os looks contaram com vestidos, calças e blazers azul-escuro. Diretamente do streetstyle, moletons, camisetas e bermudas também chamaram muita atenção.
Isaac Silva
A Isaac Silva transformou a passarela em uma verdadeira apresentação de Ballroom Brasil, com direito a show de voguing.
O carisma e alto astral da label se misturam com tons de palha, terrosos e búzios, que viraram destaques da coleção, junto com os babados. Peças coloridas em laise também roubaram as atenções.
Cria Costura
Esse projeto de capacitação de costureiras apresentou uma super coleção de looks poderosos, bem feitos, com volumes em mangas e acabamento incrível. A Cria Costura é uma parceria entre a InMode e a Prefeitura de São Paulo.
Lucas Leão
Lucas Leão é super conhecido por estar conectado com a tecnologia, mas nas roupas físicas usa técnicas tradicionais, como o crochê e o tricô, para trazer inovação.
Esculturas trançadas, tops e armações complementam os looks. São basicamente esculturas em peças de roupa. Calça cintura baixa e ternos cropped foram algumas das peças escolhidas em cores como o branco, preto e o verde-menta.
Naya Violeta
Depois de algumas temporadas se apresentando pelo Projeto Sankofa, Naya Violeta estreou com a coleção "Fartura" na São Paulo Fashion Week. O universo multicolorido da label trouxe estampas e desenhos. O casting era diverso e multicultural.
A cultura do centro-oeste e a afro-latinidade estavam na pauta das roupas fluidas, com saias balonês, babados, mangas bufantes com ombros deslocados, decotes em V e comprimentos midis.
Weider Silveiro
A label se propôs em trazer uma provocação ao seu próprio processo criativo e trouxe cores vibrantes, apostando em uma cartela de cores neutras, incluindo o nude e outros tons neutros.
Saias armadas, peplums, com correntes de paetê dourado costurados por corpetes ou cobrindo completamente vestidos de festas estiveram na passarela da marca.
Dendezeiro
Estreando nos desfiles presenciais, a Dendezeiro colocou na passarela da São Paulo Fashion Week os personagens encontrados nas cidades brasileiras.
A coleção "Ruas do Brasil" trouxe uma moda bastante casual e muito criativa. Um grande destaque do desfile foi o Bless, filho de Gio Ewbank e Bruno Gagliasso, que desfilou um dos macacões utilitários em amarelo mostarda. A peça faz parte da coleção que ainda possui jaqueta cropped com ombros gigantes, saia, colete e jaqueta em tecido matelassê.
Apartamento 03
Belos cabelos viraram matéria-prima no desfile da Apartamento 03, durante a São Paulo Fashion Week. A sensibilidade ímpar da label transformou percepções em belas criações.
Com um casting praticamente todo negro, o desfile "Áureo" foi inspirado em uma passagem do livro "Um Defeito de Cor", quando Kehinde, uma mulher africana que lutou por liberdade no Brasil, compra sua alforria em ouro.
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